O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) foi convidado a participar do processo de formulação da metodologia que será usada para a avaliação da competência de médicos residentes no Brasil. Desta forma, a entidade que representa oficialmente a especialidade no Brasil, pode compartilhar com o Ministério da Educação (MEC) conhecimento e soluções técnicas acumulados nos últimos anos para aperfeiçoar a formação do médico oftalmologista.
O convite aconteceu durante audiência da presidente Wilma Lelis com a titular da Secretaria de Educação Superior (SESu) do MEC e presidente da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), Denise Pires de Carvalho, na quinta-feira (11), em Brasília (DF). A reunião especifica ja esta agendada em fevereiro.
“As sociedades de especialidades, como o CBO, são fundamentais para que possamos ter no Brasil os melhores especialistas para atender a população”, afirmou Denise Pires de Carvalho, que destacou o alinhamento entre o MEC e o Conselho na busca da melhora da atuação profissional do médico, “visando sempre a qualidade do atendimento da população”. Também participou do encontro a diretora de Desenvolvimento da Educação em Saúde (DDES) da Secretaria, Gisele Viana.
“Foi uma reunião muito feliz, pois estamos absolutamente alinhados e combinamos o desenvolvimento de um trabalho conjunto para criar essa metodologia de avaliação dos médicos”, comentou a presidente Wilma Lelis. Segundo ela, essa foi a primeira reunião de “uma série de trabalhos que vamos fazer”.
Avaliação - Acompanhada pelo 1º secretário do CBO, Lisandro Massanori Sakata, a presidente destacou o objetivo desse processo: qualificar a formação do médico, atuando ainda durante a Residência. “O CBO está trabalhando na formulação dessa avaliação do residente há três anos e propusemos agir alinhados para que se tenha uma linha mestra de conceito, a ser determinada pela CNRM. Nós vamos atuar sobre as especificidades da oftalmologia”, esclareceu.
Para Sakata, a reunião foi positiva. “Percebemos o alinhamento da necessidade do MEC em garantir a qualificação do médico com o trabalho desenvolvido pelo CBO”, destacou, referindo-se às iniciativas conduzidas pela Comissão de Ensino do Conselho de Oftalmologia, que era coordenada por Maria Auxiliadora Monteiro Frazão.
Segundo o secretário, o CBO como órgão representativo dos oftalmologistas brasileiros precisa estar sempre pronto. “Quando apresentamos a organização profissional e o trabalho realizado pela nossa instituição, ganhamos o respeito necessário que permite que o Conselho seja convidado a contribuir com o MEC para garantir a qualidade da formação dos especialistas, com benefício para a assistência da população e, por consequência, como auxiliar na melhoria das condições de trabalho de nossa classe profissional de várias maneiras”, ressaltou.
Resolução - Publicada em 1º de novembro de 2023, a Resolução nº 4, do MEC, amplia os procedimentos de avaliação de médicos residentes, revogando artigos e atualizando aspectos de norma anterior, publicada em 2006. A CNRM justifica os critérios para garantir formação de qualidade e padronizada, permitindo que apenas profissionais com alto rendimento conquistem o título de especialista. Um dos principais pontos da norma é a obrigatoriedade da avaliação contínua do aprendizado do médico residente, não apenas por meio de prova teórica.
“Essa resolução está em sintonia com o trabalho do CBO nos últimos anos. Estamos atuando na metodologia de avaliação dos médicos, mas já instituímos o teste de progresso”, destacou Wilma Lelis. Segundo ela, os residentes que estão cursando oftalmologia serão submetidos ao exame em janeiro: a expectativa é avaliar o desempenho de cada um e oferecer ao aluno e seu preceptor um diagnóstico sobre seus pontos fracos, permitindo a todos envolvidos, implementar ações para melhorar o aprendizado. bem como recomendações sobre como superar problemas e aprimorar processos.
O teste de progresso apresentado pelo CBO ao MEC é uma ferramenta que possibilita avaliar o conhecimento teórico, a prática e a conduta do residente no exercício da medicina. Para isso, será observada a matriz de competências do médico oftalmologista, construída pelo Conselho e aprovada pela CNRM, que já orienta a formação na especialidade no Brasil.
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